Quem Conta a História Mata o Morto – Uma leitura semiótica de Entre Facas e Segredos: quando o narrador não é confiável, mas o mundo inteiro também não é…

O primeiro plano de Entre Facas e Segredos não mostra um rosto, nem uma arma, nem mesmo sangue. Mostra um relógio. Não qualquer relógio: um mecanismo com engrenagens expostas, em close, girando com precisão quase arrogante. É o tempo de Harlan Thrombey — escritor de mistérios, patriarca, maestro da própria narrativa — ainda funcionando, mesmo quando seu corpo já não […]

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Entre o Osso e o Sonho: Semiologia do Corpo Cansado em À Procura da Felicidade

Há corpos que falam antes de abrir a boca.O de Chris Gardner — ou melhor, o de Will Smith como Chris Gardner — diz mais nas costas levemente curvadas ao entrar no escritório do que em qualquer discurso motivacional. Diz mais na forma como segura o filho enquanto dorme no chão de cerâmica fria do banheiro da estação de trem […]

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Frankenstein Não Era o Monstro — Era o Método: A Ética do Desaprendizado em Pobres Criaturas

Arte - Pobres Criaturas

Ela acorda gritando — não de dor, mas de pura presença. Um grito sem memória, sem culpa, sem gramática. Bella Baxter não nasce: é reativada. Seu corpo, costurado por mãos que confundem criação com propriedade, é uma declaração de guerra travestida de milagre científico. Pobres Criaturas não é um conto de formação. É um ensaio sobre o direito de desaprender. […]

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Não É o Fim do Mundo — É o Fim da Crença Nele: Uma Leitura Semiótica de 12 Horas para o Fim do Mundo

12 Horas para o Fim do Mundo - arte

Nenhum asteroide cai duas vezes no mesmo lugar — mas o medo sim.Ele retorna em loops de CGI barato, em diálogos que ecoam Armageddon, Independence Day, 2012 — como um disco arranhado cuja música ninguém mais ouve, mas que continua girando por inércia institucional. 12 Horas para o Fim do Mundo, filme russo de 2019 dirigido por Dmitriy Kiselev, não […]

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Não Há Explicação, Só Presença: O Horror como Última Linguagem em O Exorcista

Poster do filme O exorcista

Uma criança vomita sangue e fala em acadiano.Os médicos ajustam os eletrodos.Os padres desempoeiram um ritual de 1614. Nenhuma dessas ações explica. Elas apenas reagem — como se o mundo tivesse, de repente, perdido a gramática. Em O Exorcista, não há mistério a ser resolvido, há um fato a ser suportado: algo está ali, na cama, olhando de volta, e […]

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