Quem Conta a História Mata o Morto – Uma leitura semiótica de Entre Facas e Segredos: quando o narrador não é confiável, mas o mundo inteiro também não é…

O primeiro plano de Entre Facas e Segredos não mostra um rosto, nem uma arma, nem mesmo sangue. Mostra um relógio. Não qualquer relógio: um mecanismo com engrenagens expostas, em close, girando com precisão quase arrogante. É o tempo de Harlan Thrombey — escritor de mistérios, patriarca, maestro da própria narrativa — ainda funcionando, mesmo quando seu corpo já não […]

Continue Lendo

Entre o Osso e o Sonho: Semiologia do Corpo Cansado em À Procura da Felicidade

Há corpos que falam antes de abrir a boca.O de Chris Gardner — ou melhor, o de Will Smith como Chris Gardner — diz mais nas costas levemente curvadas ao entrar no escritório do que em qualquer discurso motivacional. Diz mais na forma como segura o filho enquanto dorme no chão de cerâmica fria do banheiro da estação de trem […]

Continue Lendo

A Semiótica da Polarização no Brasil: Como Esquerda e Direita Criaram Dois Dicionários Políticos

Com a intensificação das disputas políticas pós-2018 e a formação de narrativas que se comportam como identidades, entender a polarização tornou-se essencial para interpretar o Brasil contemporâneo. Este artigo analisa como a polarização política no Brasil se manifesta como um conflito semiótico, no qual esquerda e direita operam com dicionários distintos para as mesmas palavras. Por meio de exemplos históricos, […]

Continue Lendo

Como Saber se um Filme Existe (Ou Por Que “Dark Horse” Não Existe — Ainda)

arte conceitual de Black Horse

De tempos em tempos, surge um burburinho digital sobre um filme misterioso em produção — às vezes sustentado por supostos vazamentos, trailers duvidosos, depoimentos inflamados e até por perfis oficiais que parecem confirmar alguma coisa. A internet inteira comenta, compartilha e reage, mas quase ninguém consegue responder à pergunta essencial: esse filme realmente existe? No universo do cinema, boatos sobre […]

Continue Lendo

O Assalto à Biblioteca Mário de Andrade: Entre o Símbolo e o Silêncio Cultural

Biblioteca Mario de Andrade

No domingo, 7 de dezembro de 2025, a Biblioteca Mário de Andrade — coração pulsante da memória cultural paulistana — tornou-se palco de um episódio que parece retirado de um romance policial, mas que revela mais do que um simples roubo. Dois homens armados invadiram o prédio histórico e levaram 13 obras de arte, entre gravuras de Henri Matisse e […]

Continue Lendo

O olhar que não perdoa: Amy Madigan e a moralidade encarnada em A Hora do Mal (2025)

Amy Madigan / tia Gladys

Ela não entra com música de tensão.Não estoura portas.Gladys surge em cena como quem já ocupava o espaço antes da câmera chegar — sentada na cadeira que ninguém ofereceu, os pés firmes no chão, como se o assoalho tivesse permitido sua presença antes mesmo do roteiro. Amy Madigan não interpreta a tia Gladys em A Hora do Mal (2025); ela […]

Continue Lendo