O olhar que não perdoa: Amy Madigan e a moralidade encarnada em A Hora do Mal (2025)

Amy Madigan / tia Gladys

Ela não entra com música de tensão.Não estoura portas.Gladys surge em cena como quem já ocupava o espaço antes da câmera chegar — sentada na cadeira que ninguém ofereceu, os pés firmes no chão, como se o assoalho tivesse permitido sua presença antes mesmo do roteiro. Amy Madigan não interpreta a tia Gladys em A Hora do Mal (2025); ela […]

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Frankenstein Não Era o Monstro — Era o Método: A Ética do Desaprendizado em Pobres Criaturas

Arte - Pobres Criaturas

Ela acorda gritando — não de dor, mas de pura presença. Um grito sem memória, sem culpa, sem gramática. Bella Baxter não nasce: é reativada. Seu corpo, costurado por mãos que confundem criação com propriedade, é uma declaração de guerra travestida de milagre científico. Pobres Criaturas não é um conto de formação. É um ensaio sobre o direito de desaprender. […]

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Não É o Fim do Mundo — É o Fim da Crença Nele: Uma Leitura Semiótica de 12 Horas para o Fim do Mundo

12 Horas para o Fim do Mundo - arte

Nenhum asteroide cai duas vezes no mesmo lugar — mas o medo sim.Ele retorna em loops de CGI barato, em diálogos que ecoam Armageddon, Independence Day, 2012 — como um disco arranhado cuja música ninguém mais ouve, mas que continua girando por inércia institucional. 12 Horas para o Fim do Mundo, filme russo de 2019 dirigido por Dmitriy Kiselev, não […]

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Boyhood: Da Infância à Juventude e a Semântica do Cotidiano

Boyhood cena do filme

Como Richard Linklater transformou o tempo em narrativa: a poética do envelhecer em tempo real – Mensagem e Movimento Quando Richard Linklater decidiu filmar Boyhood ao longo de 12 anos, ele não estava apenas criando um experimento cinematográfico – estava redefinindo como o cinema captura a essência da vida cotidiana. O filme, que acompanha o crescimento do jovem Mason (Ellar […]

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A Sombra no Espelho: Frankenstein de Guilhermo del Toro – Reinvenção, Mito e o Monstro que Habita em Nós

Frankenstein de Guillermo del Toro

A criatura nunca foi o verdadeiro monstro. Essa é a ironia seminal que persegue o mito de Frankenstein há séculos, um fantasma cultural que Guillermo del Toro resgata e remodela com a precisão de um ourives do grotesco. Em Frankenstein (2025), o diretor não nos oferece uma mera adaptação; ele realiza uma autópsia. Uma autópsia do nosso presente, utilizando o cadáver […]

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