O Touro de Bronze: Mito, Poder e o Fascínio da Dor na Antiguidade – Quando a Criação Devora o Criador

Touro de Bronze - representação

Nem toda obra-prima foi feita para ser admirada. Algumas foram concebidas para funcionar. E o funcionamento supremo de uma máquina pode ser a aniquilação de sua própria razão de ser — inclusive de seu criador. O Touro de Bronze, lendário instrumento de suplício concebido por Perillos de Atenas para o tirano Fálaris, não é uma simples ferramenta de tortura. É […]

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Enterre Seus Mortos: A Poética do Declínio em Marco Dutra e Ana Paula Maia

Enterre seus Mortos - cena do filme

Há fins do mundo que chegam com estrondo. Fogo, cataclismo, ruína espetacular. O apocalipse de Marco Dutra em Enterre Seus Mortos é de outra ordem: mais insidioso, mais corrosivo. É um colapso que não se anuncia, mas se instala pela via da rotina. O filme, baseado no livro de Ana Paula Maia, não investiga o evento catastrófico, e sim seu […]

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Persona – O Espelho que se Fragmenta: Quando Duas Mulheres se Tornam Uma Só Imagem

Cena de Persona

Uma leitura semiótica sobre o colapso da identidade em Bergman e o espelho que nos devolve o vazio Nem todo silêncio é vazio. Alguns são tão densos que consomem o mundo ao redor, criando um vácuo onde os ecos do eu se perdem. É nesse território de ausência que Ingmar Bergman ergue sua obra-prima, Persona. A atriz Elisabet Vogler (Liv Ullmann) […]

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Boyhood: Da Infância à Juventude e a Semântica do Cotidiano

Boyhood cena do filme

Como Richard Linklater transformou o tempo em narrativa: a poética do envelhecer em tempo real – Mensagem e Movimento Quando Richard Linklater decidiu filmar Boyhood ao longo de 12 anos, ele não estava apenas criando um experimento cinematográfico – estava redefinindo como o cinema captura a essência da vida cotidiana. O filme, que acompanha o crescimento do jovem Mason (Ellar […]

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A Sombra no Espelho: Frankenstein de Guilhermo del Toro – Reinvenção, Mito e o Monstro que Habita em Nós

Frankenstein de Guillermo del Toro

A criatura nunca foi o verdadeiro monstro. Essa é a ironia seminal que persegue o mito de Frankenstein há séculos, um fantasma cultural que Guillermo del Toro resgata e remodela com a precisão de um ourives do grotesco. Em Frankenstein (2025), o diretor não nos oferece uma mera adaptação; ele realiza uma autópsia. Uma autópsia do nosso presente, utilizando o cadáver […]

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